quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Tipos de Moldes para AASI

           
                O tipo de molde do aparelho auditivo indicado pelo fonoaudiólogo deve atender, assim como o aparelho auditivo, as particularidades de cada paciente. Na escolha do molde deve ser levado em consideração o material do qual ele é feito, o grau da perda auditiva e a faixa etária do indivíduo.


Invisível Simples




O material desse tipo de molde é o acrílico, pode ser usado para  perda auditiva de grau leve a severa e por indivíduos adultos ou idosos.




Canal




Esse tipo de molde pode feito com material de acrílico ou silicone. É indicado para perda auditiva de grau leve a moderado. E também é indicado para indivíduos adultos ou idosos.





Concha



Esse tipo de molde pode ser feito com acrílico ou silicone, é indicado para perda auditiva de grau severo a profundo. E também é indicado para indivíduos crianças, adultos ou idosos.










Tipos de Aparelhos Auditivos

Microcanal - CIC






Esse aparelho tem como sua maior vantagem a discrição ele é pouco visível, pois fica localizado dentro do conduto auditivo. Porém só pode ser utilizado em indivíduos com perda auditiva de grau leve a severo.









Intracanal - ITC





Esse também é um aparelho discreto, porém com mais visível do que o CIC. Fica localizado dentro do conduto auditivo e parte da concha da orelha. E também pode ser usado em perda auditiva de grau leve a severo.








Intrauricular - ITE




Esse tipo de aparelho é localizado dentro do conduto auditivo e toda a concha da orelha. E também pode ser usado para perda auditiva de grau leve a severo.









Retroauricular - BTE




A visibilidade/discrição desse aparelho vai depender do tipo de caixa utilizada atrás da orelha e do tipo de molde. A caixa-plástica é utilizada atrás da orelha e o molde dentro do conduto auditivo. Pode ser usado para perda auditiva de grau leve a profundo.









Adaptação Aberta - ITE




Somente é utilizado em perdas auditivas descendentes. Tem pouca visibilidade tendo em vista que a caixa-plástica fica atrás da orelha e apenas um pequeno fio é colocado dentro do conduto auditivo. Pode ser utilizado em perda auditiva de grau leve a severo.







O que é o limiar de desconforto em usuários de AASI

       A pesquisa do limiar de desconforto do usuário de prótese auditiva é realizado pelo fonoaudiólogo e tem o objetivo de determinar a saída máxima do aparelho auditivo. A pesquisa pode ser feita em tom puro e fala e é realizada de 250 a 8k Hz.

           A saída máxima do aparelho auditivo é o máximo que o som pode ser amplificado ser causar desconforto sonoro ao paciente. E é para evitar esse incômodo que o fonoaudiólogo pesquisa o limiar de desconforto do paciente. Com isso é estimado a área dinâmica do aparelho que é a diferença entre o limiar auditivo e o limiar de desconforto.






                  

Ventilação dos Aparelhos Auditivos - O que é? E seus tipos...

               A ventilação dos aparelhos auditivos consiste na abertura de um orifício paralelo, diagonal ou externo ao canal do molde, age como uma massa acústica que aumenta a medida que a frequência é elevada. Aumenta a satisfação do usuário de prótese auditiva com a redução da amplificação das baixas frequências (ruídos) e do mascaramento que é exercido sobre as altas frequências. Equaliza o ar atmosférico e o ar existente, reduz a sensação de plenitude auricular e minimiza o efeito de oclusão.

               Ventilação Externa ou de Alívio

               


                     É utilizada quando não é possível uma ventilação paralela ou quando o usuário tem sensação "de ouvido tapado" ao usar o aparelho.


                  Ventilação Paralela





                           Atua diminuindo a amplificação dos graves. É a mais utilizada pois atenua os ruídos.



                Ventilação Diagonal




                           Atenua a amplificação tanto de frequências graves como de agudas.

AASI - Aparelho de Amplificação Sonora Individual





                   O  aparelho auditivo é um dispositivo que capta o som do meio externo, amplifica e envia ao usuário o som amplificado. Tem como objetivo amplificar o som de maneira segura e confortável, afim de melhorar a comunicação do usuário. 

                   Pode ser utilizado por indivíduos com perda auditiva que não possa ou não queira ser tratado cirurgicamente (implante coclear) ou com medicamentos. O otorrinolaringologista dá o diagnóstico através da avaliação otorrinolaringológica e da avaliação audiológica faz a indicação de medicamentos, cirurgia, indicação do AASI e acompanhamento. O fonoaudiólogo realiza a avaliação audiológica, indicação e seleção do aparelho, adaptação, acompanhamento e terapia.


                        Os fatores que interferem na indicação do AASI são: O resultado da avaliação audiológica (tipo, grau da perda e discriminação; Aceitação da perda auditiva; Motivação do paciente; Estilo de vida e necessidades de comunicação do paciente; Preocupação Estética e Condições Financeras.


                     As etapas do protocolo do processo de seleção e adaptação das próteses auditivas são: A avaliação e planejamento da intervenção; Orientação e aconselhamento; Seleção; Verificação do ganho do aparelho de acordo com a perda e a Validação que se obtém o nível de satisfação do usuário.


        

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Resenha: Estudo Funcional da Voz e da Deglutição na Laringectomia Supracricóide






          Esse post é uma resenha do artigo intitulado Estudo Funcional da Voz e da Deglutição na Laringectomia Supracricóide. De autoria da Nair Katia Nemr et al e pode ser encontrado na plataforma scielo (link).


O estudo refere-se a avaliação funcional da voz e da deglutição na laringectomia supracricóide. O câncer de laringe representa 1 a 2% dos tumores malignos. É mais comum nos homens acima de 50 anos, está associado ao tabagismo, etilismo, exposição profissional e genética. A laringectomia supracricóide é um tipo de laringectomia subtotal que evita a traqueostomia definitiva e a perda irreversível da voz laríngea.

O artigo está dividido em resumo em português e em inglês; introdução; método; resultados; discussão; conclusão e referências bibliográficas.

O método utilizado teve como causuística 22 indivíduos submetidos a laringectomia supracricóide encaminhados ao serviço de Fonoaudiologia do Hospital de Heliópolis em São Paulo entre 1987 e 2003. Para a avaliação da deglutição foram utilizados critérios propostos no protocolo elaborado por O’Neil et al (2012) em que se classificava a deglutição de 1 a 4. Sendo 1 para deglutição adaptada; 2 para disfagia leve; 3 para disfagia moderada e 4 para disfagia severa.

Já na avaliação do padrão vocal foi utilizado a classificação proposta por Pinho (1998, 2001) baseada na avaliação perceptivo-auditivo de 0 a 3, sendo 0 voz normal, 1 disfonia leve, 2 disfonia moderada e 3 disfonia severa. E quanto a evolução da disfagia e da disfonia foi considerada satisfatória quando houve melhora e insatisfatória quando houve estabilidade do quadro ou piora do mesmo.

Quanto aos resultados 59% dos indivíduos apresentaram grau moderado de disfagia e 41% grau severo. Já referente à disfonia, 41% dos indivíduos apresentaram grau moderado e 59% grau severo. Já quanto a evolução 77% apresentaram a mesma evolução tanto pra disfagia como para disfonia (15 indivíduos com evolução satisfatória e 2 insatisfatória) e 23% apresentaram evolução satisfatória da disfagia e insatisfatória da disfonia. Portanto com maior número de evolução satisfatória em disfagia.

Já no que se refere a discussão do artigo, tem-se que a predominância do grau severo de disfagia presente no estudo é o mesmo apresentado pela literatura. Assim como a maioria dos indivíduos estudados (68%) apresentam melhora na qualidade vocal após fonoterapia. Também a maioria dos indivíduos evoluem melhor em relação a disfagia do que a disfonia, corraborando com outros estudos.

A publicação conclui, portanto que em indivíduos submetidos a laringectomia supracricóide a evolução da deglutição é mais favorável que da disfonia. E após a fonoterapia observa-se evolução satisfatória tanto na disfagia como na disfonia.


Portanto, eu recomendo esse artigo porém com algumas ressalvas. Pois o artigo poderia utilizar métodos mais específicos para avaliar a disfagia ou a deglutição dos pacientes submetidos a cirurgia de  laringectomia supracricóide como a vídeofluoroscopia como artigo de Prado et al (2012) assim como Lima et al (2001) que também se utilizou dessa técnica. Pois seriam meios objetivos de avaliação. Outra ressalva a se fazer é que não é colocado na metodologia do artigo como foi realizado esse estudo que compreendeu pacientes de 1987 a 2003 no Hospital Heliópolis. Mas o artigo se mostra interessante pela contribuição científica por corroborar com outros resultados da literatura e ser mais um dado para estudos e aplicações clínicas.

Referências Bibliográficas: NEMR, Nair Katia et al. Estudo funcional da voz e da deglutição na laringectomia supracricóide. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 73, n. 2, p.151-155, mar. 2007.

Resenha: Avaliação da Linguagem e da Deglutição de Pacientes Hospitalizados após Acidente Vascular Cerebral

              



               Esse post é uma resenha do artigo intitulado Avaliação de Linguagem e de Deglutição de Pacientes Hospitalizados após Acidente Vascular Cerebral. De autoria da Luana Almeida Magalhães e Tereza Loffredo Bilton e pode ser encontrado no site da PUC- SP (link). 


            O artigo apresenta a avaliação da deglutição e da linguagem de pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC). Pois o AVC pode gerar sequelas motoras de fala, linguagem e na dinâmica da deglutição à depender do local da lesão. Essas alterações interferem na qualidade de vida do indivíduo e convívio social, por isso a importância de uma boa avaliação para elaboração e realização de terapia eficaz.


A publicação está dividida em resumo um em português e em inglês; introdução; material e método; análise de dados e discussão; avaliação da linguagem; conclusões e referências.

O método utilizado no artigo foi a avaliação de quatorze pacientes de ambos os sexos, com idade entre 48 e 84 anos, internados no Hospital Santa Mônica, em janeiro de 2001. Para avaliação da deglutição foram realizadas duas sessões de 30 minutos cada e utilizado o protocolo elaborado por Bilton, Suzuki, Duprat, Tega (1998). No qual foram observados aspectos estruturais e funcionais da deglutição. A consistência alimentar dada aos pacientes era de acordo com a possibilidade de cada um, sendo variável de um para o outro.

Já quanto ao método utilizado para avaliação da linguagem, sua realização ocorreu após a avaliação da deglutição, sendo necessária de uma a três sessões de 45 minutos para sua conclusão. Foram feitas análises do corpus linguístico do paciente, através da gravação da fala espontânea e posterior transcrição. As avaliações foram realizadas propostas terapêuticas do paciente.

O estudo revelou que na avaliação da deglutição apenas um paciente apresentou quadro pneumonia, apenas três pacientes apresentavam dieta pastosa geriátrica o restante tinham dieta geral, cinco pacientes precisavam de auxílio para alimentação e nove se alimentavam sozinhos, já quanto a postura na alimentação quatro eram deitados e dez sentados. Quanto a condição dos dentes, quatro pacientes não tinham dentes, dois tinham prótese superior e inferior com má oclusão, um tinha prótese total superior e de todos sete tinham os dentes em mau estado de conservação.

A maioria dos pacientes avaliados possuía boa tonicidade, mobilidade, sensibilidade e correta postura em repouso dos lábios, língua, bochechas e palato mole, exceto a tonicidade dos lábios que apresentou alteração na maioria dos indivíduos avaliados. Na avaliação funcional a maioria dos pacientes teve presença de vedamento labial, velocidade de mastigação reduzida, ausência de movimentos compensatórios, presença de resíduos em cavidade oral, ausência de tosse com líquido e ausência de tosse e engasgo com líquido. Apenas um paciente se alimentava por via nasoenteral e o restante por via oral.

Na avaliação da linguagem, dos quatorze pacientes avaliados quatro apresentavam quadro de mutismo o que impossibilitou a transcrição da fala, um apresentou disartria, um apresentou afasia e oito não apresentaram qualquer alteração de linguagem ou fala.

Portanto, eu recomendo este artigo pois o mesmo apresenta significante importância. Primeiro, por tratar da avaliação da linguagem e deglutição de sujeitos que tiveram AVC que é a segunda causa mais comum de morte e a maior causa de incapacidade no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Segundo, devido aos métodos utilizados para avaliar a linguagem e a deglutição que se mostraram eficazes e são determinantes para terapia e reabilitação do paciente.


Referência Bibliográfica: MAGALHÃES, Luana Almeida; BILTON, Tereza Loffredo. Avaliação de linguagem e de deglutição de pacientes hospitalizados após acidente vascular cerebral. Distúrbios da Comunicação, São Paulo, v. 16, n. 1, p.65-81, abr. 2004.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Áreas do Córtex Cerebral e a Linguagem Oral e a Fala








  • Lobo Frontal: Está presente a área de Broca que representa a área motora da fala no hemisfério dominante (esquerdo). Lesões nessa área resultam em incapacidade de expressão na linguagem falada (afasia).

  • Lobo Parietal: Há a integração de diversas informações sensoriais quanto a fala e a percepção. Lesões nesse lobo podem resultar em distúrbios  de compreensão da linguagem.

  • Lobo Temporal: Está localizada a área de Wernick que é responsável pela compreensão da linguagem falada.





Referências Bibliográficas : MAC-KAY, Ana Paula Machado Goyano; ASSENCIO-FERREIRA, Vicente José; FERRI-FERREI, Tércia Maria Savastano.Afasias e Demências: Avaliação e Tratamento Fonoaudiológico. São Paulo: Santos, 2003.

Nervos Cranianos





  • I par -  Nervo Olfatório: Componente Funcional - Sensorial / Função - Olfato.

  • II par - Nervo Óptico: Componente Funcional - Sensorial / Função - Visão.

  • III par - Nervo Óculo-Motor: Componente Funcional - Motor / Função - Movimentos dos olhos; contração das pupilas e controla a forma da lente.

  • IV par - Nervo Troclear: Componente Funcional - Motor / Função - Movimento dos Olhos.

  • V par - Nervo Trigêmio: Componente Funcional - Sensorial  e Motor / Função - Sensibilidade geral da cabeça. músculos da mastigação e inervação dos dentes.




  • VI par - Nervo Abducente: Componente Funcional - Motor / Função - Movimento dos olhos.

  • VII par - Nervo Facial: Componente Funcional - Sensorial e Motor / Função - Músculos da Expressão Facial; Gustação dos 2/3 da anteriores da língua e sensibilidade visceral.

  • VIII par - Nervo Vestibulococlear: Componente Funcional - Sensorial / Função - Audição e Equilíbrio.

  • IX par - Nervo Glossofaríngeo: Componente Funcional - Sensorial e Motor / Função - Sensibilidade geral e gustativa do 1/3 posterior da língua; sensibilidade visceral e inervação da faringe.

  • X par - Nervo Vago: Componente Funcional - Sensorial e Motor / Função - Sensibilidade visceral, deglutição e fonação.

  • XI par - Nervo Acessório: Componente Funcional - Sensorial e Motor / Função - Movimentação dos músculos esqueléticos.

  • XII par - Nervo Hipoglosso: Componente Funcional - Motor / Função - Movimentos da língua.


Resenha: Disfagia Orofaríngea na Distrofia Miotônica: Avaliação fonoaudiológica e análise nasofibrolaringoscópica.







            Esse post é uma resenha do artigo intitulado Disfagia Orofaríngea na Distrofia Miotônica: Avaliação fonoaudiológica e análise nasofibrolaringoscópica. De autoria da Ana Lúcia de Magalhães Leal Chiappetta et al e pode ser encontrado na plataforma scielo (link).


                O artigo apresenta a avaliação fonoaudiológica e nasofibrolaringoscópica de vinte pacientes com distrofia miotônica de Steinert (DMS). Esse tipo de distrofia é o tipo mais comum dentro das distrofias musculares e tem origem genética. Um dos achados da DMS é fraqueza da musculatura orofaríngea e respiratória, que leva ao acúmulo de secreção brôquica o que pode ocasionar distúrbios da deglutição, fala e respiração. Portanto, o artigo tem o objetivo de avaliar a deglutição orofaríngea por meio da avaliação fonoaudiológica e da nasofibroscopia.


            O trabalho está dividido por uma introdução não intitulada, segue com os métodos, os resultados, discussão e a conclusão também não é intitulada. E no inicio o trabalho também apresenta resumo.


            De acordo com o método do artigo, foram avaliados vinte pacientes de 12 a 53 anos, cujo tempo de doença variava de 1 a 24 anos. Foi realizado uma anamnese com ênfase nas informações sobre alimentação e deglutição. Quanto aos aspectos ànátomo-funcionais foram avaliados através da observação dos órgãos fonoarticulatórios, suas posturas, propriocepção, mobilidade, agilidade, tensão e força.


Já quanto a avaliação da mímica facial, músculos mastigatórios, músculos da língua e mobilidade de lábios foram usados critérios desenvolvidos pelos próprios autores. A fala também foi avaliada e a voz caracterizada. A deglutição foi avaliada em 3 etapas: líquido (água), alimento pastoso (iogurte natural – tipo consistente), alimento sólido (pão francês amanhecido). E em seguida foi realizado o exame de nasofibroscopia.


            O estudo revelou que as funções mais alteradas foram: mastigação (100%), respiração (100%), fala (75%) e voz (55%). E que todos os pacientes apresentaram alterações na musculatura do sistema estomatognático. E obteve-se como manifestações muito alteradas a fraqueza dos músculos mastigatórios (55%), do orbicular dos lábios (55%), da mímica facial (45%), dos músculos da língua (30%), e da musculatura do véu do palato (20%). Na nasofibroscopia constatou-se que em 95% havia desordens da deglutição, sendo leve em 45%, moderada em 30% e grave em 20%. Portanto, foi observado que desordens de deglutição estão presentes em 95% dos pacientes, quando avaliados clinicamente com alimentos líquidos, pastosos e sólidos e em 70% quando avaliados pela nasofibrolaringoscopia com alimentos líquidos e pastosos.


            Portanto, o artigo mostrou-se interessante por caracterizar as alterações no sistema estomatognático e das suas funções. E a prevalência dessas alterações dentro do grupo estudado. Dado a importância que se tem de uma boa avaliação para elaboração de um plano terapêutico eficaz. E a importância da intervenção fonoaudiológica nesses pacientes com comprometimento nas funções de respiração, mastigação e deglutição. Além da concordância nos achados da nasofibroslaringoscopia e da avaliação fonoaudiológica que nos mostra como os dois conhecimentos estão consoantes.

  

Referência Bibliográfica: CHIAPPETTA, Ana Lúcia de Magalhães Leal et al. DISFAGIA OROFARÍNGEA NA DISTROFIA MIOTÔNICA: Avaliação fonoaudiológica e análise nasofibrolaringoscópica. Arq Neuropsiquiatr, São Paulo, v. 59, n. 2B, p.394-400, fev. 2001.

Triagem Auditiva Neonatal (TAN) - Teste da Orelhinha






                 De acordo com os princípios e recomendações do JCHI (2007), todos os neonatos devem ter a TANU (Triagem Auditiva Neonatal Universal) até o primeiro mês de vida e todas as crianças com resultados insatisfatórios na TANU e no reteste devem ser diagnosticados até o terceiro mês de vida além de que todas as crianças com confirmação de perda auditiva devem iniciar o tratamento e intervenção até o sexto mês de vida.
             
              A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) é extremamente importante pois é através dela que se pode realizar um trabalho de promoção e intervenção na saúde auditiva de bebês e crianças. Pois, é possível identificar se o bebê tem ou não alguma perda auditiva.

              Os primeiros anos da criança são essenciais para seu desenvolvimento, se ela é restringida de ser estimulada por um dos sentidos seu desenvolvimento pode ser prejudicado em algum aspecto. No caso de perda da audição, um dos fatores que interfere é a aquisição e desenvolvimento natural da linguagem oral. Portanto, o diagnóstico e a intervenção precoce são essenciais para qualidade de vida da criança, pois permitirá que a família, profissionais da saúde e pedagogos auxiliem a criança no seu desenvolvimento. 

         


                                



                     Existem alguns fatores de riscos para perda auditiva neonatal como a ingestão de medicamentos ototóxicos pela mãe na gravidez ou pelo bebê na UTI Neonatal, antecedentes de perda auditiva na família, hiperribilubina, rubéola, toxosplasmose, citomegalovírus, sífilis, má formação de cabeça (como a microcefalia) e pescoço ou síndromes que tenham a deficiência auditiva como uma de suas características.


              A perda auditiva é um grave problema de saúde pública que apresenta resultados satisfatórios se a intervenção ocorrer nos primeiros dias de vida. O fonoaudiólogo é o profissional apto a realizar a Triagem Auditiva Neonatal, através do exame de Emissões Otoácusticas Evocadas (EOAE) na primeira etapa da triagem e o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) caso seja necessário haver outras etapas da triagem.



                   



                      O fonoaudiólogo além de ser o profissional apto à realizar a TAN é o profissional capaz de fazer as demais avaliações fonoaudiológicas para auxiliar no diagnóstico preciso de perda auditiva, além de ser apto à realizar intervenções terapêuticas seja com aparelhos auditivos ou implante coclear a fim de estimular o desenvolvimento da linguagem oral da criança.

             

Atraso de Linguagem








            Toda criança precisa de estímulos para se desenvolver. No desenvolvimento da linguagem não é diferente.  Primeiro é preciso entender que o atraso de linguagem se configura naquela criança que tem seu desenvolvimento normal (ou seja uma criança saudável) que escuta adequadamente, porém não fala ou fala muito pouco tendo em vista ao que é esperado pela sua faixa etária.

           Umas das causas mais frequentes para isso ocorrer é quando a criança não é estimulada. Apesar de estarmos numa era em que temos muita informação a nossa disposição e até mesmo muitos estímulos disponíveis para as crianças, pequenos detalhes podem contribuir para uma criança ter um atraso de linguagem.

               Primeiro, a criança precisa sentir necessidade de se comunicar. Ela precisa querer falar. E como isso pode ou não acontecer? Vou dá um exemplo: Existem mães tão dedicadas aos filhos que elas "advinham" ou se antecipam e já dão tudo o que o filho quer sem nem mesmo a criança sentir falta ou o desejo de possuir. 
    
                Existem crianças que passam o dia no sofá ou cadeirão assistindo TV ou com o tablet e não interagem com ninguém. Tem uma rotina extremamente rigorosa de todas as suas necessidades e não precisam expressar que estão com fome, sede ou que querem algo... antes mesmo disso acontecer vem a mãe ou a babá e já satisfazem todas as pré-necessidades da criança. Com isso a criança não tem a necessidade de se comunicar.

           Não quero dizer com isso que a criança não tem que ter rotina, horários, nem suas necessidades atendidas. Muito pelo contrário, tudo isso é extremamente importante, mas a questão aqui é a maneira como estas coisas estão ocorrendo.

                 A criança precisa de interação, tudo o que acontece na sua rotina precisa ser dado o significado... A criança precisa sentir necessidade de falar e o adulto precisa conversar com a criança, dizer o nome das coisas, conforme ela for apontando, o adulto nomeia os objetos pede para criança repetir... Sempre deve ser dado reforço positivo aos progressos da criança e deve ser evitado o uso de diminutivos. Falo mais sobre estimulação da fala no poste Desenvolvimento Infantil e a Fala
                 
               

Desenvolvimento Infantil e a Fala






           A criança tem uma favorável neuroplasticidade o que permite que elas apreendam muitas informações do meio em que vivem. Porém, toda criança precisa ser estimulada. Os balbucios são os primeiros sons que o bebê produz. Ele já nasce com essa capacidade, porém é quando a mãe (ou qualquer outra pessoa que invista no bebê) dá significado aos balbucios é que a criança vai aprendendo as primeiras palavras.
         
          Os primeiros sons que os bebês começam a produzir são os sons bilabiais como o /m/ e o /b/. Quando a criança emite /mãmã/ num primeiro momento não quer dizer que ela esteja chamando pela mãe, apenas é sua capacidade inata de emitir esses sons que ajudam até mesmo no desenvolvimento das estruturas que fazem parte da cavidade oral. Quando a mãe escuta seu bebê falar /mãmã/ ela dá significado aquilo, fica feliz, repete a palavra... E assim a criança já começa a entender o significado daquela sequência de sons.

         Cada vez que a mãe der significado aquele som que a criança produzir, repetindo, dizendo as características.... a criança vai aumentando o seu vocabulário. Até que ela vai começar a dizer, conforme os estímulos que a mãe e as pessoas próximas oferecerem, alguns verbos como o "quer" e assim por diante. ´

         É importante que a mãe e as pessoas próximas cantem músicas, quando for dar banho falem as partes do corpo da criança, repitam o nome dos objetos do dia-a-dia, contem histórias. E lembrar que os cinco sentidos da criança precisam ser estimulados, quando estiver falando de um objeto mostrar a textura (tato), a cor (visão), se for possível fazer algum barulho com o objeto (audição). Por exemplo se for uma fruta: dizer o nome, explorar o cheiro (olfato), o gosto (paladar) pode dizer se é azeda ou doce... e assim ir explorando as características de cada um, pois ajuda a fixar os substantivos e aumentar o vocabulário.

         Primeiro a criança começa a falar os substantivos, depois os verbos em seguida os elementos de classe fechada (como pronomes, artigos e conjunções), depois ela vai aperfeiçoando gênero e número, assim como tempo verbal até chegar nas narrativas.

         Compartilho com vocês um vídeo interessantíssimo sobre o tema. A autora do vídeo é a Flávia Calina uma Youtuber que sempre aborda temas sobre educação infantil e esse em específico ela fala sobre atividades sensoriais. Ela está com sua filhinha Victória que tem apenas meses, mas mesmo assim ela dá várias características dos objetos, sons dos animais e muito mais para estímulo da fala também. Vale a pena conferir!