Esse post é uma resenha do artigo intitulado Avaliação de Linguagem e de Deglutição de Pacientes Hospitalizados após Acidente Vascular Cerebral. De autoria da Luana Almeida Magalhães e Tereza Loffredo Bilton e pode ser encontrado no site da PUC- SP (link).
O
artigo apresenta a avaliação da deglutição e da linguagem de pacientes que
sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC). Pois o AVC pode gerar sequelas
motoras de fala, linguagem e na dinâmica da deglutição à depender do local da
lesão. Essas alterações interferem na qualidade de vida do indivíduo e convívio
social, por isso a importância de uma boa avaliação para elaboração e
realização de terapia eficaz.
A
publicação está dividida em resumo um em português e em inglês; introdução;
material e método; análise de dados e discussão; avaliação da linguagem;
conclusões e referências.
O
método utilizado no artigo foi a avaliação de quatorze pacientes de ambos os
sexos, com idade entre 48 e 84 anos, internados no Hospital Santa Mônica, em
janeiro de 2001. Para avaliação da deglutição foram realizadas duas sessões de
30 minutos cada e utilizado o protocolo elaborado por Bilton, Suzuki, Duprat,
Tega (1998). No qual foram observados aspectos estruturais e funcionais da
deglutição. A consistência alimentar dada aos pacientes era de acordo com a
possibilidade de cada um, sendo variável de um para o outro.
Já
quanto ao método utilizado para avaliação da linguagem, sua realização ocorreu
após a avaliação da deglutição, sendo necessária de uma a três sessões de 45
minutos para sua conclusão. Foram feitas análises do corpus linguístico do paciente, através da gravação da fala
espontânea e posterior transcrição. As avaliações foram realizadas propostas
terapêuticas do paciente.
O
estudo revelou que na avaliação da deglutição apenas um paciente apresentou
quadro pneumonia, apenas três pacientes apresentavam dieta pastosa geriátrica o
restante tinham dieta geral, cinco pacientes precisavam de auxílio para
alimentação e nove se alimentavam sozinhos, já quanto a postura na alimentação
quatro eram deitados e dez sentados. Quanto a condição dos dentes, quatro
pacientes não tinham dentes, dois tinham prótese superior e inferior com má
oclusão, um tinha prótese total superior e de todos sete tinham os dentes em
mau estado de conservação.
A
maioria dos pacientes avaliados possuía boa tonicidade, mobilidade,
sensibilidade e correta postura em repouso dos lábios, língua, bochechas e
palato mole, exceto a tonicidade dos lábios que apresentou alteração na maioria
dos indivíduos avaliados. Na avaliação funcional a maioria dos pacientes teve
presença de vedamento labial, velocidade de mastigação reduzida, ausência de
movimentos compensatórios, presença de resíduos em cavidade oral, ausência de tosse
com líquido e ausência de tosse e engasgo com líquido. Apenas um paciente se
alimentava por via nasoenteral e o restante por via oral.
Na
avaliação da linguagem, dos quatorze pacientes avaliados quatro apresentavam
quadro de mutismo o que impossibilitou a transcrição da fala, um apresentou
disartria, um apresentou afasia e oito não apresentaram qualquer alteração de
linguagem ou fala.
Portanto,
eu recomendo este artigo pois o mesmo apresenta significante importância.
Primeiro, por tratar da avaliação da linguagem e deglutição de sujeitos que
tiveram AVC que é a segunda causa mais comum de morte e a maior causa de
incapacidade no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Segundo, devido aos
métodos utilizados para avaliar a linguagem e a deglutição que se mostraram
eficazes e são determinantes para terapia e reabilitação do paciente.
Referência Bibliográfica: MAGALHÃES, Luana Almeida; BILTON, Tereza
Loffredo. Avaliação de linguagem e de deglutição de pacientes hospitalizados
após acidente vascular cerebral. Distúrbios da Comunicação, São Paulo, v. 16, n. 1,
p.65-81, abr. 2004.
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