segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Resenha: Disfagia Orofaríngea na Distrofia Miotônica: Avaliação fonoaudiológica e análise nasofibrolaringoscópica.







            Esse post é uma resenha do artigo intitulado Disfagia Orofaríngea na Distrofia Miotônica: Avaliação fonoaudiológica e análise nasofibrolaringoscópica. De autoria da Ana Lúcia de Magalhães Leal Chiappetta et al e pode ser encontrado na plataforma scielo (link).


                O artigo apresenta a avaliação fonoaudiológica e nasofibrolaringoscópica de vinte pacientes com distrofia miotônica de Steinert (DMS). Esse tipo de distrofia é o tipo mais comum dentro das distrofias musculares e tem origem genética. Um dos achados da DMS é fraqueza da musculatura orofaríngea e respiratória, que leva ao acúmulo de secreção brôquica o que pode ocasionar distúrbios da deglutição, fala e respiração. Portanto, o artigo tem o objetivo de avaliar a deglutição orofaríngea por meio da avaliação fonoaudiológica e da nasofibroscopia.


            O trabalho está dividido por uma introdução não intitulada, segue com os métodos, os resultados, discussão e a conclusão também não é intitulada. E no inicio o trabalho também apresenta resumo.


            De acordo com o método do artigo, foram avaliados vinte pacientes de 12 a 53 anos, cujo tempo de doença variava de 1 a 24 anos. Foi realizado uma anamnese com ênfase nas informações sobre alimentação e deglutição. Quanto aos aspectos ànátomo-funcionais foram avaliados através da observação dos órgãos fonoarticulatórios, suas posturas, propriocepção, mobilidade, agilidade, tensão e força.


Já quanto a avaliação da mímica facial, músculos mastigatórios, músculos da língua e mobilidade de lábios foram usados critérios desenvolvidos pelos próprios autores. A fala também foi avaliada e a voz caracterizada. A deglutição foi avaliada em 3 etapas: líquido (água), alimento pastoso (iogurte natural – tipo consistente), alimento sólido (pão francês amanhecido). E em seguida foi realizado o exame de nasofibroscopia.


            O estudo revelou que as funções mais alteradas foram: mastigação (100%), respiração (100%), fala (75%) e voz (55%). E que todos os pacientes apresentaram alterações na musculatura do sistema estomatognático. E obteve-se como manifestações muito alteradas a fraqueza dos músculos mastigatórios (55%), do orbicular dos lábios (55%), da mímica facial (45%), dos músculos da língua (30%), e da musculatura do véu do palato (20%). Na nasofibroscopia constatou-se que em 95% havia desordens da deglutição, sendo leve em 45%, moderada em 30% e grave em 20%. Portanto, foi observado que desordens de deglutição estão presentes em 95% dos pacientes, quando avaliados clinicamente com alimentos líquidos, pastosos e sólidos e em 70% quando avaliados pela nasofibrolaringoscopia com alimentos líquidos e pastosos.


            Portanto, o artigo mostrou-se interessante por caracterizar as alterações no sistema estomatognático e das suas funções. E a prevalência dessas alterações dentro do grupo estudado. Dado a importância que se tem de uma boa avaliação para elaboração de um plano terapêutico eficaz. E a importância da intervenção fonoaudiológica nesses pacientes com comprometimento nas funções de respiração, mastigação e deglutição. Além da concordância nos achados da nasofibroslaringoscopia e da avaliação fonoaudiológica que nos mostra como os dois conhecimentos estão consoantes.

  

Referência Bibliográfica: CHIAPPETTA, Ana Lúcia de Magalhães Leal et al. DISFAGIA OROFARÍNGEA NA DISTROFIA MIOTÔNICA: Avaliação fonoaudiológica e análise nasofibrolaringoscópica. Arq Neuropsiquiatr, São Paulo, v. 59, n. 2B, p.394-400, fev. 2001.

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