Esse post é uma resenha do artigo intitulado Disfagia Orofaríngea na Distrofia Miotônica: Avaliação fonoaudiológica e análise
nasofibrolaringoscópica. De autoria da Ana Lúcia de Magalhães Leal Chiappetta et al e pode ser encontrado na plataforma scielo (link).
O artigo apresenta a avaliação fonoaudiológica e nasofibrolaringoscópica
de vinte pacientes com distrofia miotônica de Steinert (DMS). Esse tipo de
distrofia é o tipo mais comum dentro das distrofias musculares e tem origem
genética. Um dos achados da DMS é fraqueza da musculatura orofaríngea e
respiratória, que leva ao acúmulo de secreção brôquica o que pode ocasionar
distúrbios da deglutição, fala e respiração. Portanto, o artigo tem o objetivo
de avaliar a deglutição orofaríngea por meio da avaliação fonoaudiológica e da
nasofibroscopia.
O trabalho está dividido por uma introdução não
intitulada, segue com os métodos, os resultados, discussão e a conclusão também
não é intitulada. E no inicio o trabalho também apresenta resumo.
De acordo com o método do artigo, foram avaliados vinte
pacientes de 12 a 53 anos, cujo tempo de doença variava de 1 a 24 anos. Foi
realizado uma anamnese com ênfase nas informações sobre alimentação e
deglutição. Quanto aos aspectos ànátomo-funcionais foram avaliados através da
observação dos órgãos fonoarticulatórios, suas posturas, propriocepção,
mobilidade, agilidade, tensão e força.
Já
quanto a avaliação da mímica facial, músculos mastigatórios, músculos da língua
e mobilidade de lábios foram usados critérios desenvolvidos pelos próprios
autores. A fala também foi avaliada e a voz caracterizada. A deglutição foi
avaliada em 3 etapas: líquido (água), alimento pastoso (iogurte natural – tipo
consistente), alimento sólido (pão francês amanhecido). E em seguida foi
realizado o exame de nasofibroscopia.
O estudo revelou que as funções mais alteradas foram: mastigação
(100%), respiração (100%), fala (75%) e voz (55%). E que todos os pacientes
apresentaram alterações na musculatura do sistema estomatognático. E obteve-se
como manifestações muito alteradas a fraqueza dos músculos mastigatórios (55%),
do orbicular dos lábios (55%), da mímica facial (45%), dos músculos da língua
(30%), e da musculatura do véu do palato (20%). Na nasofibroscopia constatou-se
que em 95% havia desordens da deglutição, sendo leve em 45%, moderada em 30% e
grave em 20%. Portanto, foi observado que desordens de deglutição estão presentes
em 95% dos pacientes, quando avaliados clinicamente com alimentos líquidos,
pastosos e sólidos e em 70% quando avaliados pela nasofibrolaringoscopia com
alimentos líquidos e pastosos.
Portanto, o artigo mostrou-se
interessante por caracterizar as alterações no sistema estomatognático e das
suas funções. E a prevalência dessas alterações dentro do grupo estudado. Dado
a importância que se tem de uma boa avaliação para elaboração de um plano
terapêutico eficaz. E a importância da intervenção fonoaudiológica nesses
pacientes com comprometimento nas funções de respiração, mastigação e
deglutição. Além da concordância nos achados da nasofibroslaringoscopia e da
avaliação fonoaudiológica que nos
mostra como os dois conhecimentos estão consoantes.
Referência Bibliográfica: CHIAPPETTA, Ana Lúcia de Magalhães Leal et al. DISFAGIA OROFARÍNGEA NA
DISTROFIA MIOTÔNICA: Avaliação fonoaudiológica e análise
nasofibrolaringoscópica. Arq Neuropsiquiatr, São Paulo, v. 59, n. 2B,
p.394-400, fev. 2001.
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