Fonoaudiologia: Saúde e Comunicação
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Tipos de Moldes para AASI
O tipo de molde do aparelho auditivo indicado pelo fonoaudiólogo deve atender, assim como o aparelho auditivo, as particularidades de cada paciente. Na escolha do molde deve ser levado em consideração o material do qual ele é feito, o grau da perda auditiva e a faixa etária do indivíduo.
Invisível Simples
O material desse tipo de molde é o acrílico, pode ser usado para perda auditiva de grau leve a severa e por indivíduos adultos ou idosos.
Canal
Esse tipo de molde pode feito com material de acrílico ou silicone. É indicado para perda auditiva de grau leve a moderado. E também é indicado para indivíduos adultos ou idosos.
Concha
Esse tipo de molde pode ser feito com acrílico ou silicone, é indicado para perda auditiva de grau severo a profundo. E também é indicado para indivíduos crianças, adultos ou idosos.
Tipos de Aparelhos Auditivos
Microcanal - CIC
Esse aparelho tem como sua maior vantagem a discrição ele é pouco visível, pois fica localizado dentro do conduto auditivo. Porém só pode ser utilizado em indivíduos com perda auditiva de grau leve a severo.
Intracanal - ITC
Esse também é um aparelho discreto, porém com mais visível do que o CIC. Fica localizado dentro do conduto auditivo e parte da concha da orelha. E também pode ser usado em perda auditiva de grau leve a severo.
Intrauricular - ITE
Esse tipo de aparelho é localizado dentro do conduto auditivo e toda a concha da orelha. E também pode ser usado para perda auditiva de grau leve a severo.
Retroauricular - BTE
A visibilidade/discrição desse aparelho vai depender do tipo de caixa utilizada atrás da orelha e do tipo de molde. A caixa-plástica é utilizada atrás da orelha e o molde dentro do conduto auditivo. Pode ser usado para perda auditiva de grau leve a profundo.
Adaptação Aberta - ITE
Somente é utilizado em perdas auditivas descendentes. Tem pouca visibilidade tendo em vista que a caixa-plástica fica atrás da orelha e apenas um pequeno fio é colocado dentro do conduto auditivo. Pode ser utilizado em perda auditiva de grau leve a severo.
O que é o limiar de desconforto em usuários de AASI
A pesquisa do limiar de desconforto do usuário de prótese auditiva é realizado pelo fonoaudiólogo e tem o objetivo de determinar a saída máxima do aparelho auditivo. A pesquisa pode ser feita em tom puro e fala e é realizada de 250 a 8k Hz.
A saída máxima do aparelho auditivo é o máximo que o som pode ser amplificado ser causar desconforto sonoro ao paciente. E é para evitar esse incômodo que o fonoaudiólogo pesquisa o limiar de desconforto do paciente. Com isso é estimado a área dinâmica do aparelho que é a diferença entre o limiar auditivo e o limiar de desconforto.
Ventilação dos Aparelhos Auditivos - O que é? E seus tipos...
A ventilação dos aparelhos auditivos consiste na abertura de um orifício paralelo, diagonal ou externo ao canal do molde, age como uma massa acústica que aumenta a medida que a frequência é elevada. Aumenta a satisfação do usuário de prótese auditiva com a redução da amplificação das baixas frequências (ruídos) e do mascaramento que é exercido sobre as altas frequências. Equaliza o ar atmosférico e o ar existente, reduz a sensação de plenitude auricular e minimiza o efeito de oclusão.
Ventilação Externa ou de Alívio
É utilizada quando não é possível uma ventilação paralela ou quando o usuário tem sensação "de ouvido tapado" ao usar o aparelho.
Ventilação Paralela
Atua diminuindo a amplificação dos graves. É a mais utilizada pois atenua os ruídos.
Ventilação Diagonal
Atenua a amplificação tanto de frequências graves como de agudas.
AASI - Aparelho de Amplificação Sonora Individual
O aparelho auditivo é um dispositivo que capta o som do meio externo, amplifica e envia ao usuário o som amplificado. Tem como objetivo amplificar o som de maneira segura e confortável, afim de melhorar a comunicação do usuário.
Pode ser utilizado por indivíduos com perda auditiva que não possa ou não queira ser tratado cirurgicamente (implante coclear) ou com medicamentos. O otorrinolaringologista dá o diagnóstico através da avaliação otorrinolaringológica e da avaliação audiológica faz a indicação de medicamentos, cirurgia, indicação do AASI e acompanhamento. O fonoaudiólogo realiza a avaliação audiológica, indicação e seleção do aparelho, adaptação, acompanhamento e terapia.
Os fatores que interferem na indicação do AASI são: O resultado da avaliação audiológica (tipo, grau da perda e discriminação; Aceitação da perda auditiva; Motivação do paciente; Estilo de vida e necessidades de comunicação do paciente; Preocupação Estética e Condições Financeras.
As etapas do protocolo do processo de seleção e adaptação das próteses auditivas são: A avaliação e planejamento da intervenção; Orientação e aconselhamento; Seleção; Verificação do ganho do aparelho de acordo com a perda e a Validação que se obtém o nível de satisfação do usuário.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Resenha: Estudo Funcional da Voz e da Deglutição na Laringectomia Supracricóide
Esse post é uma resenha do artigo intitulado Estudo Funcional da Voz e da Deglutição na Laringectomia Supracricóide. De autoria da Nair Katia Nemr et al e pode ser encontrado na plataforma scielo (link).
O
estudo refere-se a avaliação funcional da voz e da deglutição na
laringectomia supracricóide. O câncer de laringe representa 1 a 2% dos tumores
malignos. É mais comum nos homens acima de 50 anos, está associado ao
tabagismo, etilismo, exposição profissional e genética. A laringectomia
supracricóide é um tipo de laringectomia subtotal que evita a traqueostomia
definitiva e a perda irreversível da voz laríngea.
O
artigo está dividido em resumo em português e em inglês; introdução; método;
resultados; discussão; conclusão e referências bibliográficas.
O
método utilizado teve como causuística 22 indivíduos submetidos a laringectomia
supracricóide encaminhados ao serviço de Fonoaudiologia do Hospital de
Heliópolis em São Paulo entre 1987 e 2003. Para a avaliação da deglutição foram utilizados critérios propostos no protocolo elaborado por O’Neil et al (2012) em
que se classificava a deglutição de 1 a 4. Sendo 1 para deglutição adaptada; 2
para disfagia leve; 3 para disfagia moderada e 4 para disfagia severa.
Já
na avaliação do padrão vocal foi utilizado a classificação proposta por Pinho
(1998, 2001) baseada na avaliação perceptivo-auditivo de 0 a 3, sendo 0 voz
normal, 1 disfonia leve, 2 disfonia moderada e 3 disfonia severa. E quanto a
evolução da disfagia e da disfonia foi considerada satisfatória quando houve
melhora e insatisfatória quando houve estabilidade do quadro ou piora do mesmo.
Quanto
aos resultados 59% dos indivíduos apresentaram grau moderado de disfagia e 41%
grau severo. Já referente à disfonia, 41% dos indivíduos apresentaram grau
moderado e 59% grau severo. Já quanto a evolução 77% apresentaram a mesma
evolução tanto pra disfagia como para disfonia (15 indivíduos com evolução
satisfatória e 2 insatisfatória) e 23% apresentaram evolução satisfatória da
disfagia e insatisfatória da disfonia. Portanto com maior número de evolução
satisfatória em disfagia.
Já
no que se refere a discussão do artigo, tem-se que a predominância do grau
severo de disfagia presente no estudo é o mesmo apresentado pela literatura.
Assim como a maioria dos indivíduos estudados (68%) apresentam melhora na
qualidade vocal após fonoterapia. Também a maioria dos indivíduos evoluem
melhor em relação a disfagia do que a disfonia, corraborando com outros
estudos.
A
publicação conclui, portanto que em indivíduos submetidos a laringectomia
supracricóide a evolução da deglutição é mais favorável que da disfonia. E após
a fonoterapia observa-se evolução satisfatória tanto na disfagia como na
disfonia.
Portanto,
eu recomendo esse artigo porém com algumas ressalvas. Pois o artigo poderia
utilizar métodos mais específicos para avaliar a disfagia ou a deglutição dos
pacientes submetidos a cirurgia de
laringectomia supracricóide como a vídeofluoroscopia como artigo de Prado et al
(2012) assim como Lima et al (2001) que também se utilizou dessa técnica. Pois
seriam meios objetivos de avaliação. Outra ressalva a se fazer é que não é
colocado na metodologia do artigo como foi realizado esse estudo que
compreendeu pacientes de 1987 a 2003 no Hospital Heliópolis. Mas o artigo se
mostra interessante pela contribuição científica por corroborar com outros
resultados da literatura e ser mais um dado para estudos e aplicações clínicas.
Referências Bibliográficas: NEMR, Nair Katia et al. Estudo funcional da voz e da
deglutição na laringectomia supracricóide. Revista Brasileira de
Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 73, n. 2, p.151-155, mar. 2007.
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